Cientistas transformam células normais de camundongos em embrionárias

da Redação

Três estudos publicados nesta quarta-feira pela revista científica Nature mostram que é possível transformar células normais da pele em células embrionárias, pelo menos em camundongos.

Se a técnica se mostrar bem-sucedida em humanos, pode solucionar uma das questões mais polêmicas da ciência atual - o uso de embriões em pesquisas.

Em teoria, as células-tronco embrionárias podem se transformar em qualquer tipo de célula do corpo, o que constitui uma esperança para doenças ainda sem cura, como o Parkinson e o Alzheimer.

O estudo pioneiro foi o coordenado por Shinya Yamanaka, da Universidade de Kyoto. O cientista apresentou sua pesquisa no ano passado, utilizando fibroblastos de ratos, células simples que podem ser facilmente retiradas da pele. Com ajuda de um retrovírus, ele conseguiu identificar quatro genes específicos, chamados de fatores de transcrição, capazes de gerar células-tronco pluripotentes induzidas, ou iPSs (em inglês).

Os resultados, na época, foram analisados pela comunidade científica com surpresa e ceticismo, já que as iPSs geradas pela equipe de Yamanaka pareciam ser embrionárias, mas não contavam com uma característica importante: o camundongo gerado não era uma "quimera", ou seja, não continha um mix de DNAs.

A partir das críticas, o cientista japonês apresentou uma segunda geração de células pluripotentes, desta vez aprovada em todos os testes.

Além disso, dois outros grupos, coordenados por Rudolf Jaenisch, do Instituto Whitehead de Cambridge, Massachusetts, e pela dupla Konrad Hochedlinger, do Instituto de Células-Tronco de Harvard, e Kathrin Plath, da Universidade da Califórnia, chegaram aos mesmos resultados.